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I Levantamento Domiciliar Nacional Sobre o Uso de Drogas Psicotrópicas |
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– O uso na vida de qualquer droga psicotrópica, exceto álcool
e tabaco, ...
1 – O uso na vida de qualquer droga psicotrópica, exceto álcool e tabaco, foi de 11,6%, porcentagem próxima ao Chile, superior à Colômbia e muito inferior aos EUA (34,8%). Os resultados globais das 24 cidades pesquisadas mostram que o Estado de São Paulo têm perfil que se aproxima mais aos países em desenvolvimento, se distanciando bastante dos países de 1º mundo como os da Europa ou o EUA, no que diz respeito ao uso de drogas psicotrópicas.
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– O álcool e o tabaco foram as drogas
com maiores prevalências de
uso na vida, com 53,2% e 39,0%, respectivamente. Quanto às estimativas
de dependentes de álcool as porcentagens estiveram ao redor dos 6%,
valores próximos aos observados em estudos de outros países. De qualquer
forma, vale lembrar que essas drogas são legalizadas e que as campanhas
de prevenção raramente abordam essa questão.
3 - A maconha foi dentre as drogas ilícitas a que teve maior uso na vida, porém com porcentagens muito inferiores ao observado por exemplo no Chile, EUA, Dinamarca, Espanha e Reino Unido. O uso no sexo masculino é maior do que no feminino, fato que deve ser levado em conta nos programas de prevenção.
4 - A prevalência do uso na vida de cocaína no Estado de São Paulo está bem próxima ao de alguns países da América do Sul como Chile e Colômbia, além de Holanda e Dinamarca; é bem inferior à prevalência dos EUA. Isto sugere que a implantação de programas preventivos copiados de outros países, sem se conhecer a realidade brasileira, tendem ao fracasso. 5 – Não houve nenhum relato do uso de heroína, ao contrário do que a mídia tem veiculado nos últimos tempos. 6 – Detectou-se o uso de esteróides anabolizantes, que embora em porcentagens muito pequenas pode ser um indicador importante, pois o culto ao corpo musculoso, não importando-se como conseguí-lo, tem crescido ultimamente. 7 – A percepção da população quanto à facilidade em se conseguir certas drogas é surpreendentemente alta, como por exemplo 38,3% dos entrevistados acreditando ser fácil conseguir a heroína; 62,4% a cocaína e o LSD com 36,2%. Essas expressivas porcentagens devem fazer parte do imaginário popular criado pela mídia, pois os dados epidemiológicos não mostram dados elevados de consumo dessas drogas. 8 – A percepção em relação ao tráfico de drogas apresentou porcentagens elevadas, já que cerca de 20% diz ter visto alguém vendendo ou procurando comprar drogas. Porém quando a questão diz respeito diretamente ao entrevistado como por exemplo ao ser perguntado se já tinha sido procurado por um traficante oferecendo-lhe drogas, apenas 3,6% do total respondeu afirmativamente. Essa contradição pode estar refletindo um receio de se comprometer diretamente com a questão do tráfico. Por outro lado as porcentagens quanto a observação de tráfico pode refletir uma visão ampliada e distorcida do fenômeno ou mesmo estar traduzindo a realidade, o que seria muito preocupante. 9 – Conclusões semelhantes à anterior podem ser tiradas quanto à percepção de ter visto alguém embriagado ou sob efeito de drogas, pois cerca de 50% da população respondeu afirmativamente a esta questão, ou seja, ou estamos diante de visões distorcidas ou a realidade está preocupante. 10 – Quase a totalidade da população considerou um risco grave o uso diário de qualquer das quatro drogas pesquisadas quanto a este aspecto (álcool, maconha, cocaína e "crack"). 11 - Embora o IMC (Índice de Massa Corporal) tenha apenas sido obtido por relato dos entrevistados, somente uma pequena porcentagem apresenta IMC que justifique o uso do drogas anorexígenas. Portanto, o grande consumo dessas substâncias no Brasil, como vários trabalhos mostram, precisa ser revisto. 12 – Infelizmente, por motivos alheios à nossa vontade não foi possível traçar o perfil do uso de drogas na população brasileira. |
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