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Número 09 Nov-Dez/2000 - Jan/2001 |
CEBRID
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Gerais 2. Coisas
do coração! Morte súbita! O
intervalo QT no eletrocardiograma corresponde ao tempo que decorre
desde o princípio da despolarização (que vai desde o início
da onda Q no complexo QRS) até o fim da repolarização dos ventrículos
(que corresponde à onda T). O valor normal do intervalo QT pode
chegar a até 440 milesegundos; outros admitem que este valor
pode chegar a até 456 milesegundos. Esse intervalo varia de
acordo com várias circunstâncias: idade, tônus autonômico, exercício,
etc. O aumento do intervalo QT pode resultar em taquicardia
ventricular, arritmias ventriculares e torsades de
points (uma arritmia ventricular associada com uma
severa redução do débito cardíaco podendo levar à fibrilação
ventricular) chegando a levar à morte. Um
valor do intervalo QT superior a 600 milesegundos implica em
um alto risco de morte; entre 500 e 600 o risco é muito alto
e não se conhece o risco de um QT aumentado de 440 a 500. Portanto,
condições que elevam o intervalo QT podem pôr em risco o paciente. Entre
estas condições temos muitas substâncias psicoativas. No nosso
Boletim nº 8 (Agosto-Outubro 2000) citamos a tioridazina
e o pimozide; vários outros neurolépticos e agentes
antidepressivos têm também sido apontados como responsáveis
por este efeito. Outro aspecto que pode ser relevante é a verificação
que cerca de 1/3 dos pacientes psiquiátricos têm hipopotassemia,
sendo esta considerada uma importante causa para prolongamento
do intervalo QT. Outro fator de importância refere-se ao fato de que muitas drogas psicoativas são metabolizadas por enzimas hepáticas do sistema Citocromo P450 (estas enzimas são abreviadas pela sigla CYP, significando as 2 primeiras letras de Cytochrome e o P de P450), principalmente a CYP 2 C19 e a CYP 2 D6. E outro fator de risco aparece então. Muitas substâncias (certos antibióticos, antifúngicos, etc, e até suco de grapefruit) são capazes de inibir estas enzimas e conseqüentemente a concentração do medicamento psicoativo ficará aumentada, o que certamente colaborará para o aparecimento do efeito tóxico cardíaco. Ressalte-se, finalmente, que cerca de 7% da população branca não tem a enzima CYP 2 D6 e, estão, desta maneira, mais sujeitas aos efeitos tóxicos acima descritos. Bibliografia recomendada:
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